Foto: Simone Marinho
O trânsito de ambulantes que comercializam toda a sorte de bronzeadores ficou mais intenso nas praias brasileiras. Não é difícil ver vários deles oferecendo óleos de beterraba, café, cenoura e urucum e até o clássico Rayito de Sol. Embora esse tipo de produto — com baixo ou zero fator de proteção solar (FPS) — seja tachado como "perigoso" pelos dermatologistas, muitos banhistas ainda se lambuzam, com a justificativa da eterna busca pela cor do verão.
De FPS 2 a 15, todos os bronzeadores modernos têm um número estampado no rótulo. Inclusive o Rayito, que agora apresenta versões da pomada à base de urucum com fator de proteção 8.
— Isso é marketing, para confundir os usuários. Ou você se protege ou se bronzeia. Óleos vendidos sem controle na praia normalmente têm pigmentos que deixam a pele avermelhada, além de causar espinhas — afirma o dermatologista David Azulay, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio.
Mas nem só de ingredientes de origem duvidosa são feitos os bronzeadores. Marcas famosas como Lancôme, Dior, Biotherm e Nivea têm cosméticos bronzeadores cada vez mais turbinados. Em seu primeiro verão, a Sol de Janeiro botou na praça um óleo de açaí, em spray, que promete hidratar e proteger enquanto ativa o processo de bronzeamento (FPS 8). Há também produtos cremosos, como o Golden Plus Loção Bronzeadora Canela (FPS 5), do Boticário, e até à base de parafina, como a Parafina Bronze (FPS 3), da Arpoador Cosméticos. Preferida das rainhas de bateria Viviane Araújo e Ellen Roche, a Parafina Bronze, por sinal, é recordista de vendas nas farmácias da Zona Sul, segundo dados da marca. Tudo com devido aval da Anvisa.
— Fatores de proteção dois, cinco ou oito estão longe de serem ideais, mas é melhor do que não usar nada — analisa a dermatologista Sara Bragança. — A solução para quem deseja manter o bronzeado saudável é usar cremes autobronzeadores após um dia de sol regado, no mínimo, a filtro solar com FPS 15.
Embora campanhas de prevenção do câncer de pele e envelhecimento precoce tenham entrado na rotina do carioca há décadas, muitos ainda vivem dias de sol como se não houvesse amanhã. A dermatologista Sara Bragança proíbe todo tipo de óleos bronzeadores para seus pacientes. "O bronzeador frita a pele", adverte.
Fonte: O Globo
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