Como
vice-presidente regional do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do estado
do Rio de Janeiro (Cosems-RJ) desde 2009, venho participando de diversas reuniões com os
outros secretários municipais de saúde do estado.
Colocamos
em pauta, por várias vezes, a Programação Pactuada Integrada (PPI) da assistência
à saúde, que define o destino de recursos federais e estaduais para a execução
dos serviços de saúde de média e alta complexidade - desde consultas
especializadas até cirurgias, por meio de um pacto solidário entre os gestores
municipais.
Levando
em consideração que o objetivo da PPI é melhorar o acesso dos pacientes a todos
os serviços de saúde e evitar que os usuários precisem viajar grandes distâncias
em busca de atendimento, sempre fiz questão de encabeçar as discussões sobre os
tetos financeiros alocados em cada cidade, a fim de criar fluxos de referência dos
procedimentos de média e alta complexidade nas regiões de assistência.
Com
isso, conseguimos mudar um cenário de anos. Todo o custo de assistência
regional sempre ficou a cargo do nosso município. Agora, conseguimos traçar um
novo cenário nessa relação entre Campos e os municípios da região, junto à Comissão
de Intergestores Bipartite (CIB/RJ). Isso quer dizer que, a partir deste ano, a
PPI vai passar a vigorar em Campos, de modo que haja uma migração dos recursos
financeiros do município demandante para o município executor.
Na prática, os municípios
vizinhos terão que ajudar a financiar os investimentos que fazemos na saúde de
seus munícipes. Nada mais justo!
Para
se ter idéia, no que diz respeito à Assistência Ambulatorial de Média
Complexidade, referenciada pela região para Campos, realizamos, nos anos de
2008, 2009 e 2010, um total de 18.493 atendimentos a residentes de outros
municípios. Exemplos básicos são os procedimentos de ultrassonografia e
mamografia, entre outros.
Em
relação aos indicadores de Assistência Ambulatorial de Alta Complexidade,
referenciada pela região também para Campos, no mesmo período, realizamos um
total de 52.248 atendimentos a residentes de outros municípios. Importante
observar que somos referência em cardiologia, oncologia e hemodiálise, entre
outros procedimentos ambulatoriais.
Continuamos
a análise em relação à Assistência de Média Complexidade de pacientes internados
na estrutura hospitalar de Campos dos Goytacazes, com um total de 12.440
internações de pacientes de outros municípios. Já na Alta Complexidade
hospitalar, 1.369 usuários residentes em outros municípios tiveram acesso a
cirurgias cardíacas, oncológicas e oftalmológicas, entre outras. Lembramos que
inúmeros pacientes burlam a informação correta da sua residência de origem.
O
município de Campos é atualmente referência macro e microrregional para aproximadamente
um milhão de habitantes, atuando como pólo assistencial na rede ambulatorial e
hospitalar de média e alta complexidade.
Campos
é considerada a única referência em Maternidade de Alto Risco para as regiões
Norte e Noroeste do RJ; 2º maior serviço em produtividade de Cirurgia em
Ortopedia; única referência macrorregional em Cirurgia Oftalmológica; conta com
3 UNACONS; serviço especializado em Oncologia; referência em Cirurgia Cardíaca,
com migração de municípios de outras regiões, como Niterói e Rio da
Ostras. Concluindo, nos anos de 2008,
2009 e 2010, o Sistema Municipal de Saúde atendeu a 84.550 pacientes de outros
municípios.
É um número bastante expressivo, porém, criando esse novo fluxo, a
saúde de Campos vai receber pelos serviços prestados a outras secretarias municipais de saúde, o que vai melhorar ainda mais o nosso atendimento.
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