sábado, 4 de fevereiro de 2012

Buscas sobre saúde na web geram fenômeno da ‘cybercondria’



Muitos brasileiros já descobriram que internet facilita a vida quando o assunto é saúde. Mas poucos sabem onde obter informações de fato confiáveis sobre o tema. No Brasil, 35% dos internautas procuram sites dedicados a assuntos de saúde, de acordo com a pesquisa de 2010 do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação.

Outro estudo global, publicado em 2011 pelo Instituto Ipsos, em parceria com a London School of Economics, revela uma demanda ainda mais forte: 86% dos internautas brasileiros disseram buscar assuntos de saúde. Apenas um quarto deles, no entanto, certifica-se de que a fonte é confiável. O problema é que esta multidão anônima pode começar a sentir os efeitos de uma ansiedade que os médicos já diagnosticam com a expressão “cybercondria”, a mais nova versão da hipocondria, a mania de doença, que inclui riscos de automedicação e o autodiagnóstico.

Nos EUA, de acordo com relatório do Pew Research Institute, 66% das buscas na internet sobre saúde são, na verdade, de internautas que querem saber mais sobre doenças. As pesquisas sobre saúde na web inspiraram a criação de um site chamado Dr. Google, que, com nome e interface bem parecidos ao do mais famoso buscador mundial, oferece resultados sobre doenças, medicamentos, sintomas... E tudo sem o consentimento da empresa californiana.

A assessoria de imprensa da Google no Brasil informou que encaminhou o caso para o seu setor jurídico. A cybercondria acontece, por exemplo, quando uma simples googlada sobre um sintoma faz a pessoa acreditar que sofre de uma doença grave. O cardiologista Cláudio Domênico já recebeu em seu consultório no Rio uma paciente que achava ter um tumor na cabeça, porque, depois de abrir um exame e tentar entender o que os termos técnicos significavam, ela se equivocou e digitou no buscador uma palavra errada.

Foi o suficiente para acreditar que estava com câncer quando, na verdade, estava perfeitamente saudável. O susto também tomou conta do operador de torno José Savassa, de 46 anos, que sofre de uma doença reumática e foi orientado pelo médico a se informar na web sobre o problema. Nas buscas, ele se deparou com fotos de pessoas com problemas sérios. E levou as dúvidas ao consultório.


Fonte: O Globo

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