quarta-feira, 11 de abril de 2012

'Não me arrependo de tê-la deixado nascer', diz mãe de anencéfala

"Sinto saudade dela, sofri demais quando ela se foi, mas não me arrependo nem por um segundo de tê-la deixado nascer", diz a agricultora Cacilda Galante Ferreira, 41, mãe da pequena Marcela de Jesus Galante Ferreira, diagnosticada em 2006 como anencéfala.
Hoje, o STF (Supremo Tribunal Federal) deve decidir se grávidas de bebês anencéfalos (sem cérebro) têm o direito de interromper a gravidez. O julgamento ocorre após oito anos de tramitação e sob forte polêmica.
Na época em que Cacilda engravidou de Marcela, a Justiça já discutia a liberação do aborto de bebês com ausência parcial ou total de cérebro, mas uma decisão proibia a prática.
Marcela morreu em agosto de 2008, depois de ter vivido surpreendentes e exatos "um ano, oito meses e 12 dias", como recorda a mãe. A maioria das crianças com anencefalia não passa dos primeiros dias após o parto. Às vezes, morrem horas depois do nascimento.
Por ser raro, o caso de Marcela ficou conhecido nacionalmente e virou parte do debate jurídico sobre o aborto. Religiosa, Cacilda mantém a mesma opinião que tinha na época em que cuidou da filha até seus últimos dias: "Não se deve optar pelo aborto. Quem dá a vida é Deus e só Ele pode tirar".

Veja outro caso mais recente, em que Maria Vitória, mesmo com anencefalia, completou 2 anos de idade:


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