Mulheres que têm que enfrentar um tratamento de câncer na gravidez podem ficar mais tranquilas quanto ao risco de o bebê ser afetado pela quimioterapia. Uma série de estudos publicados hoje no periódico "Lancet" mostra que crianças expostas à quimioterapia na gestação se desenvolvem tão bem quanto crianças da população geral.
Uma em cada mil gestações é afetada pela doença, mas a tendência é que essa incidência aumente, já que mais mulheres têm deixado a gravidez para depois dos 30 e o risco de câncer aumenta com a idade. Uma das pesquisas envolveu 68 mulheres grávidas que tiveram diferentes tipos de câncer e receberam químio, cirurgia e/ou radioterapia.
As crianças foram examinadas logo após o parto e periodicamente até os 18 anos. Os testes incluíam exames neurológicos, eletrocardiogramas, audiometrias e testes de aprendizagem, função cognitiva e atenção. Os únicos que mostraram um atraso no desenvolvimento cognitivo foram os que nasceram prematuros e, por isso, já tinham maior risco de apresentar essa diferença.
O tratamento da gestante com câncer precisa de cuidados a mais. A químio só deve ser feita após o primeiro trimestre para evitar o risco de malformação do bebê --antes disso, só pode ser feita a cirurgia para retirar o tumor. A última sessão de químio deve ser feita pelo menos três semanas antes de o bebê nascer. E, como não há estudos sobre os efeitos da radioterapia, é recomendável deixá-la para depois do parto.
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