Reprodução do Portal G1 (clique para ampliar)
O Rio de Janeiro está assistindo um capítulo muito triste da sua história. Aquela famosa frase do então coronel Jarbas Passarinho quando a Junta Militar, em 1968 instituiu o AI – 5, “às favas os escrúpulos da consciência” resume o que está acontecendo neste momento.
O Brasil com o apoio do então presidente Lula acoitou um terrorista que assassinou pessoas, como o italiano Cesare Battisti, que ganhou visto permanente para trabalhar, o que é expressamente proibido pela legislação para quem é condenado por crimes em seu país. É este mesmo país que assiste à perseguição implacável do cabo Daciolo, como se fosse um inimigo da nação, uma ameaça à sociedade. O seu crime é lutar por dignidade profissional e melhores condições salariais, algo que a ditadura de Cabral não aceita.
Vejam a sucessão de aberrações.
O cabo Daciolo foi grampeado como se fosse um bandido que estivesse praticando algum crime contra a sociedade.
A sua prisão ocorreu ainda dentro do avião que acabara de pousar no Galeão, vindo de Salvador, onde Daciolo tinha ido prestar solidariedade aos policiais militares baianos. Numa ação inédita, a Polícia Federal permitiu que homens do Corpo de Bombeiros invadissem a aeronave para efetuar sua prisão lá dentro, na frente de todos, quando podiam ter esperado ele aparecer no portão de desembarque. Parecia que ele era um terrorista da Al Qaeda que poderia explodir uma bomba no próximo minuto.
Em outra flagrante arbitrariedade, o cabo Daciolo, que é bombeiro, não está preso numa unidade da sua corporação. Está incomunicável no Batalhão de Choque da PM e Cabral quer arrumar um jeito de mandá-lo para um presídio federal, como se fosse um Fernandinho Beira-Mar.
Onde nós estamos? E a mídia faz o jogo de Cabral e bate palmas para ele, quando a Constituição é rasgada na cara de todos, com a conivência do governo federal que tem medo que uma greve no Rio de Janeiro desencadeie outras pelo Brasil afora. A sociedade não pode se calar quando está em jogo a democracia. É uma covardia, uma intimidação vergonhosa, uma afronta ao Estado Democrático de Direito.
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