segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

País faz primeira cirurgia pouco invasiva para tratar doença cardíaca rara

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Foi realizado, pela primeira vez no país, um procedimento não invasivo, por cateterismo, para tratar uma doença chamada túnel aorta-ventrículo direito. O Brasil é o segundo país a usar o cateterismo para tratar a doença --outra criança recebeu o mesmo tratamento na Índia, no ano passado.  O procedimento foi feito em dezembro de 2010 em uma criança de um ano e quatro meses em Curitiba e foi apresentado neste ano nos congressos brasileiros de hemodinânica e cardiologia.

O túnel é uma abertura entre a artéria aorta e uma cavidade do coração. Isso aumenta o fluxo de sangue para o ventrículo direito. A longo prazo, causa insuficiência cardíaca, pressão alta e atraso no desenvolvimento físico.  A doença congênita é rara --há apenas 11 casos confirmados na literatura médica, todos em crianças. Dez foram tratadas com cirurgia aberta, e quatro delas morreram.

Na técnica não invasiva um cateter é inserido na virilha e vai ao coração. Dentro do cateter há um plugue, que, como uma rolha, fecha o furo.

Segundo Cassio Fon Ben Sum, residente de cardiologia pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, onde o procedimento foi feito, a técnica é segura e eficaz para esse tipo de problema congênito.

A intervenção foi paga pelo SUS e o plugue foi doado pela empresa que o fabrica. "A cirurgia aberta seria mais difícil porque, na região afetada, estão as artérias coronárias, que são delicadas. Qualquer acidente poderia interromper o fornecimento de sangue no coração."

A tendência é que o cateterismo seja usado em procedimentos cada vez mais complicados, segundo Carlos Pedra, médico intervencionista do HCor (Hospital do Coração). "A evolução da tecnologia e a miniaturização dos materiais permite abordar lesões muito complexas."

Ele diz que, hoje, 70% das doenças cardíacas podem ser tratadas via cateterismo. Algumas, no entanto, não devem perder a indicação de cirurgia aberta, como a correção da inversão nas ligações da aorta e da artéria pulmonar com o coração.  "Mas hoje esses pacientes podem ser tratados com um misto de cateterismo e cirurgia. Em vez de competirem, as duas trabalham juntas."

Fonte: O Globo

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