Dados do Ministério da Saúde indicam que 35.233
brasileiros morreram, em 2010, vítimas de armas de fogo. O número corresponde a
70,5% dos 49.932 assassinatos cometidos no país, no ano passado. Se forem
considerados os suicídios, os acidentes e mortes de intenção indeterminada, as
armas de fogo foram os instrumentos responsáveis pela morte de mais de 38 mil
pessoas.
O levantamento faz parte do Sistema de Informações de Mortalidade
publicado regularmente pelo ministério em seu site. Os números, que ainda são
preliminares, são inferiores aos registrados em 2009 (39,6 mil mortes
violentas, sendo 36,6 mil homicídios provocados por armas de fogo), mas segundo
o secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, as taxas
de 2010 ainda são consideradas “altas taxas”, mesmo se levando em conta que as
comparações devem ser feitas com cuidado pelo fato dos dados serem
preliminares.
Barreto comentou o levantamento do Ministério da Saúde no Seminário de Desarmamento, Controle de Armas e Prevenção à Violência, promovido pela representação das Nações Unidas no Brasil em parceria com a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O coordenador das ações de desarmamento da
organização não governamental Viva Rio, Antônio Rangel Bandeira, cobra uma melhor fiscalização das autoridades governamentais sobre a venda de
armas no país.
- O que precisamos, de fato, é aplicar a lei [Estatuto do Desarmamento]. A lei existe e ela é boa. O Estatuto do Desarmamento está sendo copiado por oito países no momento, como uma das leis mais avançadas do mundo. Mas o Brasil legal não tem nada a ver com o Brasil real - disse Bandeira.
Fonte: O Globo
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